Dicas da Lu: Cinema
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domingo, 18 de julho de 2021

O TIGRE BRANCO, ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO LIVRO DE ARAVIND ADIGA

 


Não li o livro por isso não fazia a mínima idéia da história.
Este filme aborda o tema da ascensão social, sendo que o protagonista, Barlam, provém de uma das castas mais baixas da Índia.
Aborda a dimensão da servidão das castas mais baixas que constituem a maioria da população Indiana e que vivem reduzidas à sua condição de servos e de inferioridade vivendo abaixo do limiar da sobrevivência e servindo os seus 'senhores'.
Através do recurso ao flashback vamos percebendo como o personagem principal chegou onde se encontra no início do filme.
Barlam, ambicioso, dotado de uma inteligência fora do vulgar, cedo procura livrar-se dos grilhões de uma vida miserável, começando por tudo fazer para se tornar motorista do filho do clã que domina a sua aldeia em que todos vivem e trabalham em condições deploráveis na produção de carvão e a quem ainda assim têm que entregar parte dos miseráveis rendimentos.
O filho do clã mafioso, estudou nos Estados Unidos, parecendo ter uma postura um pouco diferente, mais moderna, mas ainda assim vive preso às tradições do clã.
Quem está à espera de uma oportunidade para se 'libertar' é Barlam, o personagem principal, astuto, sendo que devido ao tipo de atrocidades de que é vitima, consegue criar alguma empatia, apesar do tipo de caminho que vai trilhando procurando libertar-se a qualquer preço.
O filme aborda ainda a corrupção a diversos níveis, desde o mais baixo até o mais alto, incluindo o político.
Uma história dura, cruel que aborda a contradição social existente na Índia e de certa forma em todo o mundo, que se traduz de na eterna subserviência dos mais pobres em relação aos mais ricos, tal como na economia mundial.
Leva-nos a sentimentos contraditórios como relacionados com o poder de escolha, com a  compaixão, com o crime, com a justiça, a integridade, a traição e com o calculismo.
O filme tem uma boa fotografia, por vezes muito crua.
Já assistiram?
Qual foi a vossa opinião?

domingo, 21 de fevereiro de 2021

A ESCAVAÇÃO, THE DIG: ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO LIVRO DE JOHN PRESTON


Ficha Técnica:
Direção: Simon Stone
Produção: Gabrielle Tana, Ellie Wood, Carolyn Marks Blackwood, Murray Ferguson
Roteiro: Moira Buffini
Baseado emThe Dig, de John Preston
Elenco: Carey Mulligan, Ralph Fiennes, Lily James, Johnny Flynn, Ben Chaplin, Ken Stott, Archie Barnes, Monica Dolan
Música:Stefan Gregory
Companhia(s) produtora(s): Magnolia Mae Films, Clerkenwell Films
Distribuição: Netflix
Lançamento:29 de janeiro de 2021
Idioma: inglês

Um filme de época que se passa na véspera da segunda guerra mundial, baseado em factos reais e no livro de John Preston, sobrinho da personagem principal a viúva Edith, que na altura contrata o arqueólogo Basil (autoditada com larga experiência em escavações e que aprendera a profissão pelo seu pai e avô não tendo tido no entanto oportunidade e condições para estudar), para escavar umas elevações artificiais que se encontram na sua propriedade. Edith que se encontrava adoentada, pretende descobrir que tipo de achados se encontrariam sob as elevações. Basil foi o escolhido porque parecia não haver grande interesse por parte do museu local naquela empreitada numa altura em que se viviam as semanas anteriores à declaração da Guerra entre Inglaterra e a Alemanha.
A fotografia e os figurinos merecem também a visualização do filme.
A fotografia principal terá sido efetuada em Shackleford, em Surrey, em outubro de 2019. 
Norney Grange terá sido usada como a casa de Edith Pretty em Sutton Hoo, com as filmagens ocorrendo em Suffolk, perto do local da descoberta original.
Os achados arqueológicos ali encontrados terão sido 'escondidos no metro de Londres durante a Guerra', tendo ficado expostos no Museu de Londres 9 anos após a morte de Edith que terá falecido em 1942, tendo o papel de Basil sido omitido da história. Só após a publicação do livro redigido pelo sobrinho de Edith é que o nome de Basil terá tido a mais que justa homenagem na inscrição do Museu de Londres.
Aqueles achados arqueológicos (um barco funerário do século VI) terão sido os mais importantes da história de Inglaterra, tendo trazido 'luz' à chamada Idade das Trevas.
Um filme que aborda a diferença de classes e como a mesma se sobrepõe ao mérito pela falta de oportunidades e de condições daqueles que têm menos rendimentos. 
Como a partir do momento em que foi conhecida a importância da descoberta a equipa de arqueólogos do museu tomou a liderança nas escavações menosprezando o trabalho e experiência de Basil.
Ou seja, Basil foi subvalorizado por não ter tido estudos apesar de ser um estudioso autodidata, com interesses também pela astronomia.
Aborda a discriminação no feminino no caso da arqueóloga que se destacou pelos estudos e investigações subvalorizada, estando presente por estar casada com um dos arqueólogos, tendo sido escolhida não pelo seu mérito mas pelo seu 'peso', ou seja, seria 'leve' não causando estragos.
Sobre o sentido de legado e o sentido da vida.
Sobre o sentido de urgência a diferentes níveis.
Uma história com muitas nuances subtis como a homossexualidade escondida.
Um drama com uma pitada de romance à mistura.
Apreciei este filme, embora tenha achado que a atriz que representa Edith parecia demasiado jovem para as circunstâncias da retratada.
Já assistiram?
Gostaram?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

REBECCA, ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO LIVRO DE DAPHNE MAURIER


Trata-se de uma história romântica gótica com uma pontada de terror, que já havia sido foi adaptada ao cinema em 1941 por Alfred Hitchcock.

Um casamento de uma dama de companhia, com ascensão social. 

Uma mansão à beira mar.

Uma ex-mulher, Rebecca, que faleceu em circunstâncias misteriosas e que parece ainda estar muito presente na memória de todos e até na própria mansão.

À medida que a história avança começamos a perceber os contornos psicológicos das personagens e em que circunstâncias Rebecca morre.

Não deixa de surpreender um pouco.

Mais um filme com uma fotografia e figurinos que por si só merecem a visualização do filme, do meu ponto de vista.

Não li o livro mas fiquei curiosa pois muitas vezes existem outros pormenores nos livros, sendo que muitas vezes os livros ultrapassam as adaptações cinematográficas.

Alguém já leu o livro?

O que preferiu, o livro ou o filme?

Rebecca é um thriller romântico britânico editado em 2020 e dirigido por Ben Wheatley a partir de um roteiro de Jane Goldman , Joe Shrapnel e Anna Waterhouse.

As filmagens começaram em 3 de junho de 2019. Cranborne Manor em Dorset  e Hartland Quay em Devon foram usados ​​para as filmagens em julho de 2019. 

No total, Rebecca foi filmada em seis diferentes mansões ou propriedades . 

Para além de Cranborne, Hatfield House serviu de cenário para os corredores internos, Mapperton para o jardim dos fundos de Manderley (que às vezes é aberto ao público ao contrário da mansão real), Loseley Park para os quartos principais e escadas das alas leste e oeste de Manderley , Petworth House para um corredor cheio de estátuas de mármore e pinturas e, por último, Osterley Park para a cozinha de Manderley. 

Sobre o livro editado em 1938 de Daphne Maurier:

'Escrito em 1938, Rebecca é uma obra de fôlego, diversas vezes adaptada ao cinema. 
Porém, só em 1941, numa versão de Alfred Hitchcock, o filme ganharia protagonismo, chegando mesmo a vencer dois Óscares estando nomeado para nove categorias. 
Rebecca é um clássico onde os sentimentos adquirem um lugar de destaque. 
Sentimentos no feminino, já que se trata da história de duas mulheres que se envolvem com o mesmo homem, apenas com uma particularidade: Rebecca está morta. E é o fantasma, embora nunca visível, do seu passado que assombra a nova mulher, agora casada com o nobre britânico e apaixonado de Rebecca. 
A intriga é assombrosa e ao mesmo tempo envolvente deixando sempre a sensação de que Rebecca é omnipresente. 
E é com esta imagem antiga que a nova mulher do viúvo Maxim de Winter terá de enfrentar todos os que amavam Rebecca e que a encaram como alguém que veio para lhe roubar o lugar. 
Rebecca é o romance que celebrizou Daphne du Maurier e que conheceu 28 reedições em quatro anos só na Grã-Bretanha.'
Fonte: Wook

domingo, 3 de janeiro de 2021

A INCRÍVEL HISTÓRIA DE GIORGIO DI ROSA


Trata-se de um filme do estilo comédia com um pouco de drama, baseado em factos reais que parecem 'fantásticos', uma verdadeira história insólita: um engenheiro decide construir uma ilha em alto mar e fundar nela um estado independente.

De facto, em 1967 o inventivo engenheiro italiano Giorgio di Rosa decide construir uma pequena plataforma marítima com 400 metros quadrados a cerca de 10km de Rimini na zona de Bolonha, fora dos limites do Estado Italiano, ou seja em águas internacionais e proclamou-a um estado independente a 1 de Maio de 1968. Através de uma captação de água doce no mar, possuía água doce potável. Possuía ainda uma estação de correios, um bar e um restaurante. Num ambiente em que se vivia a revolta estudantil, atraía inúmeras pessoas e era uma espécie de 'expressão da liberdade'.

Um filme que vale a pena assistir, muito bem humorado e até custa a acreditar que o que nele parece insólito, poderá ficar aquém daquilo que terá sido a própria realidade!

A ilha foi considerada uma afronta ao Estado Italiano que desencadeou inúmeras ações para pôr fim à atividade realizada na ilha e à própria ilha, onde não se pagavam impostos, naturalmente.

Rose Island , um filme de 2020 baseado na República da Rose Island dirigido por Sydney Sibilia , foi lançado na Netflix em 8 de dezembro de 2020





 

sábado, 18 de janeiro de 2020

FILME DA SEMANA: DOWNTOWN ABBEY

Há meses que não assistia a um filme infelizmente porque a saúde não me permitiu, mas consegui assistir a este apesar de não ter visualizado a série de época.
A série passa-se no horizonte temporal de 1912 a 1925 e localiza-se na casa de campo do Conde de Gratham, Downtown Abbey em Yorkshire Retrata a vida doméstica da família aristocrática Crawley e dos seus criados, no reinado de Jorge V em Inglaterra. A série tem 6 temporadas transmitidas entre 2010 e 2015.
Já este filme estreou em setembro de 2019 e dará continuidade ao último episódio da série.
Trta-se de um drama histórico, um filme de época.
Mesmo não tendo assistido à série, é possível seguir a história do filme.
Considerei a fotografia e o figurino do filme muito interessantes.
A história do filme centra-se na visita oficial do Rei e da Rainha de Inglaterra à casa de campo da família Crawley em 1927.
Várias histórias decorrem em simultâneo: um assassino  tenta aniquilar o Rei; quezílias entre os empregados de Crawley e os empregados do Rei, que conferem algum humor ao filme; a dama de honra da Rainha que sempre se manteve solteira, afinal é prima da Condessa viúva de Crawley, sendo que ambas têm uma questão de desentendimento acerca da herança por resolver, escondendo a dama de companhia da Rainha um grande segredo; a casa Crawley começa a deparar-se com algumas dificuldades financeiras, sendo que se coloca em cima da mesa vender a casa de campo e adoptar um estilo de vida mais simples para toda a família; Tom que entretanto enviuvara, e que pertence à família por ascensão social começa a sentir-se atraído pela empregada da dama de companhia da Rainha; o filme aborda ainda a questão da homossexualidade; Violet a Condessa viúva viajou em segredo para Londres; a princesa Maria filha dos Reis vive um dilema de emancipação feminina e pretende separar-se do marido.
O filme retrata ainda a necessidade de adaptação à mudança dos tempos.
Estas são algumas das histórias que preenchem a história do filme e que nos mantêm a atenção para perceber o desfecho de cada uma e também da casa de campo.
Considerei o filme interessante do ponto de vista de reconstituição histórica, do figurino e fotografia.
Fiquei curiosa acerca da série.


Título original:Downton Abbey
Género:Drama
Classificação:M/12
Outros dados:GB, 2019, Cores, 122 min.

Inglaterra, o ano é 1927. Robert e Cora Crawley recebem a notícia de que em breve serão visitados pelo Rei Jorge V e a Rainha Maria. O entusiasmo e as expectativas de todos os habitantes de Downton Abbey é enorme. Mas os ânimos exaltam-se quando os empregados dos Crawley percebem que em breve ali vão chegar o mordomo e o cozinheiro do rei, que terão como função organizar evento.
Um drama histórico, escrito por Julian Fellowes e realizado por Michael Engler ("The Chaperone"), cujo enredo é uma continuação da aclamada série televisiva homónima, transmitida por canais de televisão de todo o mundo entre 2010 e 2015. Parte do elenco original da série foi incluída nesta versão cinematográfica: Hugh Bonneville, Jim Carter, Michelle Dockery, Elizabeth McGovern, Maggie Smith, Penelope Wilton, Matthew Goode, Joanne Froggatt, Allen Leech, Laura Carmichael, Robert James-Collier, Phyllis Logan, Brendan Coyle e Lesley Nicole.

domingo, 9 de junho de 2019

FILME DA SEMANA: O PROFESSOR

De regresso a este meu cantinho para deixar o registo do último filme que assisti e que apreciei pela abordagem de bom humor, apesar da seriedade do tema e de um final um pouco em aberto.
A história foi escrita pelo diretor do filme Wayne Roberts com uma pitada de bom humor, positivismo e coragem.
E é precisamente esse aspecto que torna a historia interessante, a forma despojada, quebrando todas as regras, com que o personagem principal, professor universitario lida com a noticia de sofrer de uma doença incurável e com pouco mais de 6 meses de tempo previsto de vida.
Decide transformar o seu dia a dia, com uma dose que apelidaríamos de 'loucura', sendo que a nível familiar já parecia apresentar alguma fragmentação.
Deixando de lado as normas, preconceitos e hipocrisia do meio em que vive, o professor começa a fazer o que lhe apetece pura e simplesmente, o que aponta para inevitáveis situações insólitas.
O momento em que se retira em licença sabática com o seu cão poderá representar, do ponto de vista filosófico, a necessidade de romper com uma existência monótona, bem como percurso que cada um trilha na doença ou morte, que não deixa de ser solitário e introspectivo, por mais pessoas que estejam ao redor.
Poderá a reflexão que se efetua sobre a vida ser tão profunda que, aquilo que verdadeiramente importa ou faz sentido, possa originar comportamentos tão inusitados?
Já assistiram?
Qual a vossa opinião?


Título: The Professor (Original)
Ano produção: 2018
Dirigido por Wayne Roberts
Duração: 90 minutos
Classificação: Comédia, Drama
País de Origem: Estados Unidos da América
O Professor é um filme americano de comédia e drama escrito e dirigido por Wayne Roberts.
O filme é estrelado por Johnny Depp, Rosemarie DeWitt, Danny Huston, Zoey Deutch, Ron Livingston e Odessa Young. 
A sua estréia mundial ocorreu no Festival de Zurique a 5 de outubro de 2018.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

FILME DA SEMANA: MIA E O LEÃO BRANCO

Olá a todos.
Hoje passei por aqui para deixar o registo do último filme que assisti e que merece o meu destaque não só pela fotografia, por ter sido filmado na África do Sul, mas também pela mensagem que encerra.
A história foi filmada durante cerca de 4 anos sendo por isso invulgar pois assistimos ao longo dos 4 anos durante os quais decorre filme, à evolução física dos atores e também do leão branco, desde bebé a adulto, a figura central do filme.
Para além da evidente evolução física, assistimos igualmente à evolução psicológica e à inevitável ligação que se cria entre a jovem atriz e o leão, Charlie.
De facto, os animais apesar de selvagens também têm sentimentos e podem estabelecer ligações de empatia e confiança com os criadores ou cuidadores.
Mia a personagem principal do filme é uma jovem que a determinada altura acompanha os pais que deixam uma vida em Londres para se dedicarem a garantir a gestão de uma quinta de criação de felinos e outros animais selvagens em África do Sul, após o falecimento do seu avô, que geria a quinta.
A gestão da quinta, para além de garantir a preservação da vida animal através da criação em cativeiro ou resgate de animais doentes ou feridos, receberia voluntários e visitas de turistas por esse motivo, vendendo pontualmente alguns animais para zoológicos. 
Se a mudança para a África do Sul parecia problemática para Mia, que se sentia desajustada e revoltada com os pais, aos poucos a afinidade que estabelece com a cria de leão, que nasceu invulgarmente branco, garante-lhe alguma estabilidade, foco e pacificação com o novo ambiente e realidade em que passa a viver.
Com o decurso da história, Mia, tal como o espetador, são confrontados com uma realidade que choca nos dias de hoje.
A grande maioria das quintas de criação de animais selvagens, na verdade, têm como objetivo alimentar o mercado paralelo e legalizado de caçadores de prémios, apesar aparentarem trabalhar na proteção das espécies e vida animal recebendo até excursões turísticas.
Este filme visa alertar a opinião pública para esta triste realidade e para o facto da população de leões estarem a decrescer, correndo o risco de extinção em cerca de 20 anos se não forem tomadas medidas pelas autoridades no  sentido de os declarar como uma espécie ameaçada.
Mia, obstinada, contra tudo e todos, correndo risco de vida, enceta uma assombrosa aventura sozinha no sentido de conduzir o leão branco para uma reserva natural onde as autoridades legalmente não lhe poderiam fazer mal.
Percebemos porque o irmão de Mia, que sempre adorou animais, sempre teve pesadelos e que no fundo, os pais de Mia não convivem de forma pacífica com o que fazem ao vender os animais para caçadores de prémios, como forma de arranjarem dinheiro para subsistirem.
Charlie, o leão branco, representa neste filme um símbolo de redenção para a espécie, para Mia, para a família de Mia.
Um filme muito interessante pelas dimensões da mensagem que nos transmite e pelos cenários extraordinários a nível de fotografia.


Título original:Mia et le Lion Blanc
De:Gilles de Maistre
Com:Daniah De Villiers, Mélanie Laurent, Langley Kirkwood
Género:Drama, Aventura
Classificação:M/6
Outros dados:ALE/FRA/África do Sul, 2018, Cores, 98 min.

Aos 11 anos, Mia vê-se obrigada a deixar Inglaterra e partir para África do Sul, onde os pais ficarão responsáveis por uma quinta de criação de felinos. A adaptação é difícil e ela só quer regressar a casa. Mas, quando conhece Charlie, uma pequena cria de leão branco, tudo se altera. Entre Mia e o leãozinho nasce uma amizade incomum que a faz recuperar a alegria de outrora. Porém, passados três anos, Charlie cresceu e, segundo a opinião dos adultos, tornou-se perigoso. Os pais de Mia optam por vendê-lo. Revoltada, Mia percebe que apenas há uma solução: seguir viagem pela savana africana até encontrar um lugar onde o seu melhor amigo possa viver em liberdade.
Com realização de Gilles de Maistre ("Féroce"), um filme sobre o poder da amizade cujo elenco inclui Daniah De Villiers, Mélanie Laurent e Langley Kirkwood.

sábado, 2 de março de 2019

FILME DA SEMANA: VICE

Assisti a este filme há uma semana e só agora pude passar por aqui para deixar o registo.
Ganhou o óscar para a melhor caracterização, que considero merecido, pois o ator Cristian Bale está irreconhecível no papel em que retratou o político Dick Cheney ao longo dos factos determinantes da sua vida que se encontra conectada inevitavelmente ao contexto geopolítico mundial das últimas décadas.
Este filme autobiográfico traduz-se num drama real sobre os bastidores da política norte-americana, desde o início da carreira de Cheney como estagiário, chefe de gabinete, secretário da defesa até o seu papel crucial durante a Presidência George W. Bush e a forma como 'na sombra' da Vice-Presidência influenciou o destino de milhões de pessoas na América e em todo o mundo.
Sobre o poder e como o mesmo pode ser exercido de uma forma muito mais determinante por alguém que se encontra em segundo plano.
Sobre como o sentido de oportunidade aliado à inteligência e a um profundo conhecimento burocrático influenciaram a geopolítica da época, com consequências determinantes no curso da história.
Pontuado por pequenos apontamentos de humor que do meu ponto de vista e dada a seriedade dos factos, não é totalmente conseguido (a não ser a alusão à pesca ou a um hipotético final), este filme mostra as escolhas deste homem, o papel determinante da ambição da sua esposa nas suas motivações, bem como a forma como eventualmente terão sido geridos os conflitos familiares, designadamente a homossexualidade de uma das suas filhas.
Interessante, do ponto de vista da representação e da caracterização, quanto aos factos do endurecimento da política externa Norte-Americana no pós 11-09-2001, estes falam por si.

"Cheney foi Chefe de Gabinete da Casa Branca na década de 1970, membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pelo Wyoming entre 1979 e 1989 e Secretário da Defesa dos Estados Unidos entre 1989 e 1993. Neste último cargo é de salientar o papel que desempenhou entre 1990 e 1991 no conflito bélico desencadeado pelo Iraque devido à invasão do Kuwait. Dirigiu todos os acordos e alianças prévias à Guerra do Golfo, conseguindo que o rei Fahd da Arábia Saudita permitisse a instalação de bases militares em Daharan, e em 1992 assinou um acordo de segurança entre os Estados Unidos e o emirado do Qatar, onde instalou o comando central das tropas dos Estados Unidos estacionadas na região do Golfo Pérsico.
Cheney terá sido figura-chave na elaboração dos argumentos sobre uma conexão entre o regime de
Saddam Hussein e a Al-Qaeda, assim como a existência de armas de destruição em massa no Iraque. Desde 11 de setembro de 2001, tal ideia dominou as relações dos EUA com o resto do mundo e levou às invasões do Afeganistão e do Iraque - bem como à tortura
, que Cheney aprovou e defendeu".


Título original:Vice
De:Adam McKay
Com:Christian Bale, Amy Adams, Steve Carell, Sam Rockwell, LisaGay Hamilton, Tyler Perry
Género:Comédia Dramática, Biografia
Classificação:M/14
Outros dados:EUA, 2019, Cores, 132 min.

Nascido em Lincoln (Nebraska, EUA), a 30 de Janeiro de 1941, Dick Cheney inicia-se na política na década de 1960. Começando como estagiário do congressista William A. Steiger, durante a administração de Richard Nixon, junta-se, pouco tempo depois, à equipa de Donald Rumsfeld, de quem se tornará muito próximo nas décadas seguintes. Entre os anos 1975 e 1977 serve como chefe de gabinete de Gerald Ford. Em 1989, é nomeado secretário da Defesa pelo então Presidente George H.W. Bush, cargo que vem ocupar até 1993. Em 2001, vai trabalhar para a outra administração Bush, desta vez assumindo o cargo de vice-presidente durante os anos de governação de George W. Bush. Nesta função, fica conhecido pelo seu papel determinante em importantes decisões relacionadas quer com a política interna, quer externa.
Um filme biográfico, escrito e realizado por Adam McKay ("O Repórter: A Lenda de Ron Burgundy", "Filhos e Enteados", "A Queda de Wall Street"), que se debruça sobre aquele que é ainda hoje considerado o mais poderoso vice-presidente da história dos EUA. Com Christian Bale no principal papel, "Vice" conta com Amy Adams, Steve Carell, Sam Rockwell, Tyler Perry, Alison Pill, Lily Rabe, Jesse Plemons e Justin Kirk a interpretar as personagens secundárias. Foi nomeado para oito Óscares, entre os quais Melhor Filme, Melhor Argumento Original, Melhor Actor Principal (Bale, que conquistou o Globo de Ouro na mesma categoria) e Melhor Actor Secundário (Rockwell).

domingo, 17 de fevereiro de 2019

FILME DA SEMANA: GREEN BOOK

O último filme que assisti foi 'Green Book' , sendo do meu ponto de vista um dos melhores que visualizei nos últimos tempos, pela história leve a ao mesmo tempo com um profundo significado, pelos figurinos, fotografia, reconstituição histórica, bem como pelo desempenho dos atores.
A história foi baseada em factos e personagens reais: passa-se nos anos 60 e baseia-se numa tournée que o pianista clássico Don Shirley  efetuou pelos estados do sul da América (Carolina do Sul, Mississippi, Flórida, Alabama, Geórgia, Louisiana e Texas) conjuntamente com o seu motorista e segurança Tony Vallelonga com origens italianas.
O argumento terá sido escrito conjuntamente com Nick Vallelonga, filho de Tony Vallelonga, baseado nas entrevistas de Don e Tony, bem como nas cartas que Tony enviou à esposa durante a tournée.
Outro facto histórico relevante é o Green Book, o livro que Tony vai folheando ao longo da viagem e que constituía um guia para os viajante afro-americanos pernoitarem e frequentarem sítios seguros no Sul da América, então muito segregacionista.
As diferenças culturais e educacionais são grandes entre Don e Tony, a par dos episódios segregacionistas com que ambos se deparam tornam a história com uma pontada de boa disposição pela forma como tudo é ultrapassado.
Tony, com uma personalidade assertiva, simples, sem estudos, procura a cada dia o sustento para a família e manifesta também ele, de forma subtil, comportamentos discriminatórios em relação aos afro-americanos.
Vendo-se na circunstância de trabalhar como motorista e segurança para para Don, afro-americano,  depara-se com um verdadeiro desafio.
Don, afro-americano, estudou música clássica no Leste Europeu, tem uma educação refinada, deparando-se ao longo da viagem com as maneiras mais rudes de Tony, liando de uma forma inteligente com a discriminação, apesar de Tony o livrar de situações complicadas.
Ao longo da história, os personagens, apesar das suas diferenças, vão-se aproximando numa entreajuda que é mútua mesmo nas situações mais delicadas.
Don a determinada altura chega a ajudar Tony a escrever as cartas para a sua esposa tornando-as mais românticas e emotivas.
Até Tony por ser italo-americano chega a ser confrontado por discriminação.
Don prossegue um sonho: fazer o que ama e tocar música clássica, embora se tenha que adaptar de algum modo aos gostos populares.
No final todos ganham devido a esta aventura: o carácter de Tony ganha respeito pela comunidade afro-americana e Don começa a integrar-se melhor a nível social.
Um filme que efetua uma interessante reconstituição histórica da época, sobre amizade, respeito, entreajuda e solidariedade.
Don e Tony terão mantido a amizade até o final das suas vidas.


Título original:Green Book
De:Peter Farrelly
Com:Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini
Género:Comédia Dramática
Classificação:M/12
Outros dados:EUA, 2018, Cores, 130 min.

EUA, 1962. Desempregado desde o encerramento da discoteca onde trabalhava como segurança, Tony Lip (Viggo Mortensen) está disposto a aceitar qualquer trabalho. Um dia, conhece Don Shirley (Mahershala Ali), um famoso pianista negro que procura alguém que, durante a digressão de oito semanas que está prestes a fazer pelo Sul do país, ocupe simultaneamente os cargos de motorista e de segurança. Mas o temperamento de cada um, diametralmente oposto, vai transformar aquela viagem num verdadeiro desafio.
Com assinatura de Peter Farrelly ("Doidos por Mary"), uma comédia dramática estreada internacionalmente no Festival de Cinema de Toronto (Canadá), onde recebeu o People's Choice Award. Escolhido pelo National Board of Review como Melhor Filme, foi também nomeado para cinco Globos de Ouro, arrecadando três: Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Actor Secundário (Ali) e Melhor Argumento Original.

sábado, 5 de janeiro de 2019

FILME DA SEMANA: O REGRESSO DE MARY POPPINS

Assisti a este filme no passado fim de semana mas só agora pude passar por este cantinho para deixar o registo do mesmo.
Trata-se de um filme para ser visto por miúdos e graúdos!
Gostei muito do filme.
Mostra-nos que apesar das circunstâncias nem sempre serem as mais felizes ou prósperas, nunca deveremos deixar de lado a esperança, a entreajuda, a ilusão e a fantasia, que proporcionam boa disposição, determinação e coragem.
Passados 55 anos sobre o primeiro filme que estreou em 1964 também sob a chancela dos Estúdios da Disney, surge o segundo filme, baseado no segundo livro 'Mary Poppins Comes Back' de 1935 da atriz, jornalista e escritora Australiana Pamela Lyndon Tavers (Maryborough, 9 de agosto de 1899 - Londres, 23 de abril de 1996).
Consta que o processo de cedência dos direitos de autor do primeiro livro não havia sido fácil na década de 60, sendo que o processo da sequela nos anos seguintes ficou em standby.
Mas felizmente surge agora o segundo filme, embora a história pareça que se está a repetir, nunca é demais passar o tipo de mensagem inerente ao filme.
A história combina ação musical com animação.
Regressamos à rua das cerejeiras em Londres (Cherry Tree Lane), desta vez para os anos 30 do século XX.
A Ama Mary que não envelhece, desta vez e 30 anos depois, regressa novamente no contexto de uma tempestade de vento para ajudar os meninos da família Banks, Michael e Jane, agora adultos, sendo que Maichael que entretanto enviuvou é pai de três crianças: Pixie Davies, Nathanael Saleh e Joel Dawson.
E a aventura começa pois a família está em risco de perder a casa.
As músicas do primeiro filme tornaram-se icónicas, como 'Supercalifragisticexpialidocious', 'Chim-Chim Cher-ee'.
As deste filme poderão também ficar no ouvido.
Os figurinos, a caracterização das personagens e a fotografia são muito bons.
Já viram este filme?
Qual a vossa opinião?
 
A título de curiosidade, os livros da série Mary Poppins são os seguintes:
Mary Poppins, London: Gerald Howe, 1934
Mary Poppins Comes Back, London: L. Dickson & Thompson Ltd., 1935
Mary Poppins Opens the Door, London: Peter Davies, 1943
Mary Poppins in the Park, London: Peter Davies, 1952
Mary Poppins From A to Z, London: Collins, 1963
Mary Poppins in the Kitchen, New York & London: Harcourt Brace Jovanovich, 1975
Mary Poppins in Cherry Tree Lane, London: Collins, 1982
Mary Poppins and the House Next Door, London: Collins. 1988.


  
Título original:Mary Poppins Returns
De:Rob Marshall
Com:Emily Blunt, Meryl Streep, Colin Firth, Julie Walters, Angela Lansbury, Emily Mortimer, Dick Van Dyke
Género:Musical, Fantasia
Outros dados:EUA, 2018, Cores, 130 min.

Londres, década de 1930. Passados 20 anos, Mary Poppins, a ama com poderes mágicos criada por P.L. Travers, volta para ajudar a família Banks, que está a tentar ultrapassar uma tragédia. Michael e Jane, as crianças da história original, são agora crescidas e, no caso de Michael, já têm os seus próprios filhos, mas precisam da ama mais do que nunca. Para assisti-la, Jack, que trata dos postes de iluminação pública e era aprendiz de Bert, o limpa-chaminés/faz-tudo do original.
Assinada por Rob Marshall, o ex-dançarino transformado em realizador de filmes como "Chicago" ou "Caminhos da Floresta", esta sequela chega 54 anos após "Mary Poppins", o filme de Robert Stevenson. No elenco, Emily Blunt como Poppins, Lin-Manuel Miranda como Jack, Ben Wishaw como Michael e Emily Mortimer como Jane. Além deles, participam também Julie Walters, Colin Firth, Angela Lansbury e Meryl Streep. Dick Van Dyke é o único actor do original que regressa.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

FILME DA SEMANA: COLETTE

De passagem por este cantinho para deixar o registo de um filme de época que retrata o ambiente da alta sociedade boêmia Parisiense nos finais do século XIX, inícios do século XX.
Sem desvalorizar a história ou as interpretações, este filme marca pela beleza da fotografia, das paisagens, dos cenários, dos figurinos, das caracterizações.
Deste ponto de vista, magnifico.
Já no que respeita à história, procura retratar, a título biográfico, uma fase da vida da famosa escritora Parisiense Sidoine Gabrielle Colette, irreverente e bastante polémica.
De órfã sem dote, criada em ambiente rural, mas com grande potencial para a escrita, surge uma mútua atração e interesse por um homem mais velho, Henry que utiliza o pseudónimo Willy, escritor numa Paris progressista.
Vislumbramos a indústria criativa Parisiense, onde os escritores na verdade dispunham de um leque de verdadeiros escritores que contratavam para escrever as suas obras.
Assistimos a um relacionamento tão aberto a ponto de se partilharem os mesmos amantes.
Como se de um acordo tácito se tratasse.
Alguma pitada de humor à mistura.
Numa gestão financeira difícil e cheia de estratagemas.
Numa espécie de um jogo mútuo de interesses.
Colette reinventa-se, afirma a sua identidade e nunca assume o papel de vítima.
Vemos Colette a ser fechada numa sala da sua própria casa para dar lugar a um processo criativo imposto pelo seu próprio marido.
E se não fosse essa circunstância, não teria escrito da mesma forma os livros nem procurado a sua afirmação.
A história culmina com a separação e a confirmação de Colette como escritora e atriz.
Trata-se de um filme sobre afirmação, liberdade, identidade e liberdade de gênero.
Como refere a própria, 'Que vida incrível eu tive, só me queria ter dado conta mais cedo'
Apreciei o desempenho dos atores, em especial de Keira Knightley, bem como o filme.
Já assistiram?



Título original: Colette
De:Wash Westmoreland
Com:Keira Knightley, Eleanor Tomlinson, Dominic West, Denise Gogh
Género:Drama, Biografia
Classificação:M/14
Outros dados:EUA/GB, 2018, Cores, 111 min.

A escrita feminina e inconformista de Colette (Keira Knightley) causou escândalo na sociedade preconceituosa e retrógrada do princípio do século XX. Nascida e criada num ambiente rural, ela casa, em 1893, com Henry Gauthier-Villars (Dominic West), um escritor autocentrado e sedutor conhecido pelo pseudónimo Willy. Ao perceber o enorme talento dela para a escrita, Henry desafia-a a escrever romances para serem publicados em nome dele. Assim, em 1900, surge “Claudine à l'École”, que teve por base experiências da vida de Colette e onde, descrevendo as aventuras de uma adolescente, eram desafiados os conceitos de decência da época. Esse atrevimento em muito contribuiu para o seu sucesso, especialmente junto das mulheres mais jovens. Seguiram-se mais três volumes sobre a mesma personagem: “Claudine à Paris” (1901), “Claudine en Ménage” (1902) e “Claudine s'en Va”(1903). Mas a fama da saga, assinada por Willy mas não escrita por si, deixam Colette desconfortável. É então que decide enfrentar o marido e reclamar os direitos da sua obra. Em 1905, Colette pediu o divórcio, dando início a uma carreira de escritora independente e actriz no teatro de revista, sempre pautada por escândalos e atentados à moral.
Realizado por Wash Westmoreland (“O Meu Nome é Alice”), um filme biográfico sobre Sidonie-Gabrielle Colette (1873 – 1954), figura “escandalosa” na Paris da transição do século, que
hoje é considerada uma das mais importantes e inovadoras escritoras francesas do século passado.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

FILME DA SEMANA: ROMA

De regresso a este espaço para deixar o registo acerca do filme que assisti este Natal: Roma, com realização, produção e argumento de Alfonso Cuarón, Mexicano.
Roma ganhou o prémio Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e há quem diga que será nomeado para os óscares.
Surpreendeu-me pela fotografia, o filme é rodado a preto e branco, destacando-se o tempo das imagens e dos sons, que aqui se destacam de uma forma, do meu ponto de vista, poética.
Nesta história o cineasta transporta-nos de forma vívida para o dia a dia de uma família burguesa, com 4 filhos, na colónia/bairro Roma, na cidade do México nos anos 70 e decorre ao longo de cerca de um ano.
Ao longo desse ano vislumbramos a realidade social e política vivida naquela cidade.
De pendor autobiográfico, em que o cineasta retrata memórias da sua própria infância, sendo uma das quatro crianças da casa, o foco de todo o filme recai sobre o papel da empregada doméstica e ama, Cleo, indígena.
Cleo dotada de grande ingenuidade e ao mesmo tempo de uma imensa força é o centro de toda a história.
Aqui vislumbramos as suas origens e limitações em termos de oportunidades de futuro.
Sobre o papel das empregadas no contexto familiar.
Sobre as suas expetativas.
Sobre o Amor.
Sobre duas mulheres rejeitadas que se reiventam, cada uma à sua maneira, seguindo em frente.
Sobre os aviões que sobrevoam o céu como metáfora da realidade a que Cleo nunca conseguirá chegar.
Sobre os desafios diários das mulheres que lutam e sofrem sem qualquer reconhecimento.
Sobre ciclos, dualidades e desigualdades sociais.
Sobre os pilares que sustentam as famílias.
Sobre distâncias tão próximas.
Supreendeu-me este filme, já assistiram?
Uma boa reflexão e muitas interpretações metafóricas das cenas.

 
Título original: Roma
De:Alfonso Cuarón
Com:Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta
Género: Drama
Classificação:M/14
Outros dados:EUA/MEX, 2018, Preto e Branco, 135 min.

Cidade do México, década de 1970. Cleo, de origem indígena, é empregada em casa de António e da sua esposa Sofia. Para além da responsabilidades domésticas, ela tem a seu cargo as quatro crianças do casal. Cleo é a primeira a levantar-se para acordar as crianças, alimentá-las e levá-las à escola e também a última a deitar-se depois de deixar tudo em ordem para o novo dia. Enquanto isso, o casamento está em ruptura e o país em mudança…
Leão de Ouro na 75.ª edição do Festival de cinema de Veneza, um filme autobiográfico filmado a preto e branco que recria uma época conturbada da História do México e uma fase importante da infância de Alfonso Cuarón (“E a Tua Mãe Também”, “Os Filhos do Homem”, “Gravidade”) que, para além da realização, acumula aqui a responsabilidade do argumento, fotografia e montagem. O elenco conta com a estreante Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta, Nancy García García , Marco Graf, Daniela Demesa e Jorge Antonio Guerrero. Uma produção Netflix que mesmo assim chega às salas de cinema.

sábado, 8 de dezembro de 2018

FILME DA SEMANA: ASHRAM

Já há muito tempo que não passava por aqui para deixar o registo de um filme.
Desta vez assisti a um filme mais alternativo que prima por uma fotografia extraordinária que nos transporta para a Índia contemporânea.
A fotografia é realmente fascinante.
De resto, vamos tendo flashes de uma Índia povoada por Ocidentais em busca de retiro e de iluminação.
Em certa medida o filme retrata esse ambiente em que o turismo espiritual é muito comum.
No entanto, na pele do personagem Jaime que busca incessantemente a sua namorada que desapareceu sem deixar rasto, no seguimento da separação de ambos, percebemos que a iluminação não será mais que um caminho interior.
Deparamo-nos com uma Índia povoada de rituais, rios sagrados, gurus, seres iluminados e a crença na reencarnação.
Algum suspense para perceber se Jaime consegue descobrir o que se passou.
O final, não deixa de nos deixar com um sorriso nos lábios.
Nem todos apreciarão este filme.
Do meu ponto de vista esperava mais ação, contudo a fotografia é boa e não deixa de nos colocar algumas interrogações.
Já assistiram?
Qual a vossa opinião?


Título original:
De:
Ben Rekhi
Com:Sam Keeley, Hera Hilmar, Melissa Leo, Zachary Coffin, Manoel Orfanaki
Género:Drama, Thriller
Classificação:M/12
Outros dados:EUA/Índia, 2018, Cores, 85 min.
 

Sinopse:
Jamie é um jovem norte-americano que se aventura até uma zona remota dos Himalaias, depois de receber uma estranha mensagem de Sophie, a sua ex-namorada. Ao chegar à Índia, percebe que, antes de desaparecer, a rapariga passou vários meses numa comunidade religiosa liderada por um guru com poderes paranormais. Jamie entra para a congregação com o único intuito de a encontrar. É então que se dá conta de que naquele local existe um portal para uma dimensão paralela que pode conter o segredo da reencarnação…
Um "thriller" realizado por Ben Rekhi, segundo um argumento seu e de Binky Mendez. O elenco inclui Sam Keeley, Hera Hilmar, Kal Penn, Radhika Apte e Melissa Leo.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

BILHETES DE CINEMA A 2,5€ NOS DIAS 22,23 e 24 OUTUBRO 2018

De volta a este cantinho para divulgar uma dica para assistir a filmes por apenas 2,5€ mas apenas nos dias 22, 23 e 24 Outubro, no âmbito da 'Festa do Cinema' mas apenas para estas Salas de Cinema e para estes filmes!

No Algarve aderiram a esta iniciativa 12 salas de cinema. Julgo que valerá a pena aproveitar!




" Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas, com o apoio do ICA - Instituto do Cinema e do Audiovisual, e dos distribuidores de conteúdos audiovisuais, representados pela  Associação de Defesa das Obras Audiovisuais e da Associação para a Gestão de Direitos de Autor, Produtores e Editores, promovem, pelo terceiro ano consecutivo, a Festa do Cinema, disponibilizando bilhetes pelo valor unitário de 2,50€ para o espectador assistir a qualquer um dos filmes em cartaz em todas as salas de cinema, com mais de 94 mil lugares e mais de 10 mil sessões, durante os três dias, de 22 a 24 de Outubro de 2018.

Com todas as salas de cinema no território nacional, totalizando 94.000 lugares, este será o maior evento promocional cinematográfico alguma vez ocorrido em Portugal.
A Festa do Cinema tem como mote promover o envolvimento do público com o acto cultural de assistência cinematográfica em sala, uma prática social por excelência que queremos cada vez mais desenvolver no nosso mercado.
As associações envolvidas reconhecem o elevado valor cultural e de entretenimento associado à 7ª Arte, e esperam no futuro coincidir este evento com a estreia de obras cinematográficas nacionais, com vista a uma maior projeção do cinema português com o seu próprio público.
No valor de 2,50€ não estão incluidas as taxas suplementares cobradas para lugares VIP, sessões de filmes exibidos em 3D, sessões IMAX, sessões 4DX e eventos especiais. Outras promoções de preço não acumuláveis."

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

FILME DA SEMANA: ALPHA

De regresso a este meu cantinho para deixar o registo do último filme que assisti: Alpha.
O filme Alpha recria uma possível história da origem da ligação entre o ser humano e o antepassado do cão, bem como os motivos que poderão ter levado à aproximação destas duas espécies e da aliança que os une há milhares de anos.
Na Europa de há cerca de 20.000 anos, na dureza das condições de sobrevivência em que a brutalidade das ações ditava a diferença entre a vida e a morte, eis que surge uma ligação improvável entre um predador e a presa: o lobo (Alpha) e o humano da Era do Paleolítico.
Não obstante a ficção, todos nós já nos questionámos qual terá sido o verdadeiro ponto de partida, a verdadeira história, para esta aliança de mútuo interesse ter ocorrido.
Terá sido um acidente, uma hesitação do instinto de sobrevivência?
Um decisão emotiva ao invés do ato de matar?
A verdade é que esta história nos envolve de tal forma, que a determinada altura damos por nós a torcer pela sobrevivência do jovem caçador e do lobo.
Trata-se de um história de sobrevivência e de como da necessidade de entreajuda para sobreviver poderá ter estado na origem desta parceria onde ambas as espécies retiram vantagens.
Alpha foi filmado num parque natural no Canadá.
A fotografia do filme é marcante.
O final não deixa de ser simpático e nos deixar todos a sorrir.
Excelente para assistir em família.
Quem já assitiu?


 
Título original:Alpha
De:Albert Hughes
Com:Kodi Smit-McPhee, Natassia Malthe, Leonor Varela
Género:Acção, Aventura
Classificação:M/12
Outros dados:EUA, 2018, Cores, 96 min.

Há aproximadamente 20 mil anos, durante o período do Paleolítico Superior, um rapaz caiu num precipício durante uma caçada. Convencidos de que a queda fora fatal, o pai e os restantes companheiros deixam-no para trás, desolados. Mas ele resistiu. Ao despertar, sabe que a sua vida está em risco e que, para sobreviver, tem de encontrar uma forma de regressar para a sua tribo. É então que encontra um lobo que, tal como ele, está magoado e separado da matilha. Aos poucos, vão conquistando a confiança um do outro, o que os vai ajudar a escapar às constantes ameaças do caminho…
Com realização de Albert Hughes ("A Verdadeira História de Jack, o Estripador", "O Livro de Eli"), segundo um argumento de Daniele Sebastian Wiedenhaupt, um filme de aventura sobre a amizade entre espécies, com Kodi Smit-McPhee, Leonor Varela e Jens Hultén nos papéis principais

sábado, 15 de setembro de 2018

FILME DA SEMANA: THE HEALER


Mais um registo neste espaço, desta vez de um filme que assisti e que tem uma boa causa: as receitas revertem a favor do IPO Lisboa.  
O realizador do filme abraça causas solidárias a favor das crianças pelo que as receitas deste filme em todo o mundo revertem a favor das crianças com cancro.
Além disso, o filme honra a memória do ator Paul Newman que também desenvolveu um projeto em prol das crianças e jovens com cancro.
Apesar da seriedade do tema, a história abraça cenas com muita comédia que nos deixam com muito boa disposição e nos arrancam umas boas gargalhadas.
O personagem principal vê-se de repente a braços com uma espécie de mudança forçada de Inglaterra para o Canadá (Nova Escócia) onde acaba por encontrar o seu sentido para a vida apesar das inúmeras peripécias.
Como não podia deixar de ser, o filme ainda nos brinda com uma pequena dose de romance à mistura, que parece precisar de um pequeno empurrão.
Sobre a consciência da necessidade do voluntariado e sobre o que move o altruísmo em prol do bem comum.
Ora assistam ao trailer e digam lá se não ficamos com vontade de assistir a esta história!


O Que de Verdade Importa
Título original:The Healer

De:Paco Arango
Com:Oliver Jackson-Cohen, Jonathan Pryce, Camilla Luddington, Jorge Garcia
Género:Comédia Dramática
Classificação:M/12
Outros dados:EUA/CAN/ESP, 2017, Cores, 113 min.

Alec vive uma vida feita de hedonismo, mulheres e bebida, em Londres, onde tem uma loja de reparação de electrónica, só que também inúmeras dívidas que fazem com que a falência esteja muito perto. Um dia, um tio que ele nunca conheceu propõe-lhe saldar todas as suas contas com apenas uma contrapartida: que ele se mude para o Canadá e viva lá durante um ano. Chegado à aldeia, o engenheiro ganha a reputação de alguém que pode curar pessoas e não só aparelhos electrónicos, o que o leva a descobrir um segredo de família. Pelo meio, cruza-se com uma adolescente com um cancro terminal.

Depois de "Maktub", o segundo filme de Paco Arango, que também foi cantor e nasceu no México, cresceu em Espanha e estudou nos Estados Unidos. O realizador faz voluntariado com crianças com cancro e os lucros mundiais do filme revertem a favor de instituições que apoiem quem sofre dessa doença. No caso de Portugal, as receitas irão para o IPO.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

FILME DA SEMANA: WOMAN WALKS AHEAD


De volta a este cantinho para deixar a sugestão de um filme.
Trata-se de uma história inspirada em duas personalidades verídicas: o chefe Touro Sentado, o último chefe dos Sioux e uma pintora novaiorquina, Catherine Weldon, irreverente, que se propõe com toda a determinação pintar o Chefe Índio, pelo ideal de liberdade que o mesmo representa embora desafiando as convenções sociais da época.
A pintura está hoje no acervo do Museu de História Americano.
Mas a realidade é bem dura: os Sioux vivem já num contexto de Reserva, estando eminente a assinatura de um Tratado de loteamento do último bastião do seu território. E a pintora depara-se com a xenofobia que levam ao roubo, agressão e desencorajamento.
Considerei este um excelente filme pela reconstituição histórica, figurinos, fotografia, música e desempenho dos atores.
Este filme retrata um episódio do genocídio dos índios norte-americanos.
Deixa-nos uma imagem da mística e realidade da vida dos índios nas reservas norte-americanas no final do século XIX, bem como a visão política dos brancos na época.
Marco determinante na formação da América como a conhecemos hoje.
Guerra pela terra que culminou com a expropriação dos nativos.
Fiquei muito curiosa para assistir a outras produções desta realizadora. 



Título original:
Woman Walks Ahead
De:
Susanna White
Com:
Jessica ChastainMichael GreyeyesSam RockwellCiarán Hinds
Classificação:
M/12
Outros dados:
2017, Cores, 101 min.


Em 1890, Caroline Weldon vai de Nova Iorque até Dakota, que tinha acabado de ser dividido em dois estados, para pintar um retrato de Touro Sentado, o famoso líder da tribo sioux hunkpapa. Acaba por se tornar secretária e confidente do retratado e envolver-se intensamente na luta pelos direitos dos nativos americanos.
Depois de "Nanny McPhee e o Toque de Magia", de 2010, esta história real é o segundo filme da britânica Susanna White, que também tem feito carreira na televisão, tendo estado atrás das câmaras em séries norte-americanas como "Generation Kill", "Boardwalk Empire" ou "Billions" e em produções inglesas como "Parade's End". O guião é de Steven Knight, criador de séries como "Taboo" ou "Peaky Blinders" e realizador de "Locke". Jessica Chastain interpreta a pintora, enquanto Michael Greyeyes é Touro Sentado. Actores como Sam Rockwell ou Ciarán Hinds compõem o resto do elenco.



segunda-feira, 20 de agosto de 2018

FILME DA SEMANA: A SOCIEDADE LITERARIA DE GUERNSEY E DA TORTA DE CASCA DE BATATA

Este filme baseia-se no aclamado romance de Mary Ann Shaffer, que faleceu em 2008 antes de o finalizar, tendo a sua sobrinha Annie Barros concluído os ajustes finais do livro.
O romance foi escrito em forma de cartas e segundo dizem, absorve o leitor da primeira à ultima página.
Fica assim a curiosidade para ler o livro de 377 paginas que julgo ter sido publicado em Portugal em 2010.
O filme também nos cativa do inicio ao fim, muito rico no retrato efetuado ao contexto histórico, com figurinos e fotografia extraordinários.
Com uma pitada de romance à mistura, o filme transporta-nos para os tempos de ocupação Nazi na segunda guerra mundial numa das ilhas do Canal da Mancha. Uma ilha na dependência da coroa britânica mas não pertencente nem a Inglaterra nem a França.
Tempos de dor, injustiça e fome onde surge uma Sociedade Literária. Sociedade que tem um motivo de existir.
Como uma nota num livro, fruto do acaso, liga de forma inesperada pessoas de meios tão diferentes e dá inicio à trama da historia.
Este filme fala de amizade, sobrevivência e coragem com algum suspense à mistura.
Uma historia que revela o poder da literatura, sobretudo em tempos difíceis.



Título original: The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society
De: Mike Newell
Com: Lily James, Matthew Goode, Jessica Brown Findlay, Michiel Huisman
Género: Drama, Romance
Classificação: M/12
Outros dados: EUA/GB, 2018, Cores, 124 min.              

Depois de editar um livro que lhe valeu alguma notoriedade, Julie Ashton recebe uma carta de um estranho que lhe diz fazer parte da Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata, um clube de leitura criado na ilha de Guernsey, localizada junto ao Canal da Mancha, durante o período de ocupação nazi. Depois de algumas mensagens trocadas com vários membros do clube, cuja história ela considera profundamente inspiradora, Julie resolve fazer-lhes uma visita. A relação que vai criar com todos, assim como os sentimentos que vão crescendo por Dawsey, o agricultor que esteve na origem do primeiro contacto, vão fazê-la prolongar a estadia por tempo indeterminado…
Um drama situado no pós-guerra, com assinatura de Mike Newell ("Quatro Casamentos e Um Funeral", "Harry Potter e o Cálice de Fogo", "O Amor nos Tempos de Cólera", "Grandes Esperanças"), segundo um argumento de Don Roos, que tem por base a obra homónima da autoria de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows. Lily James, Matthew Goode, Jessica Brown Findlay, Michiel Huisman e  Glen Powell dão vida às personagens.